Maternidade...O lado R (de real) e o Labo B (de bom)!

Sempre ouvi: "ser mãe é padecer no Paraíso". Padecer sempre me soou uma palavra muito forte, mas sempre passou batida por mim, pois eu ainda não era mãe. Hoje (mãe de 3) fui pesquisar o significado de padecer para escrever esse texto e no site dicio.com está, entre outras coisas: ser atormentado, martirizado, sofrer, suportar, consentir, ser vítima de violências físicas, sentir dores físicas ou morais. Pois bem... a verdade é que a maternidade foi para mim, num primeiro momento, um mix de quase isso tudo mesmo! Não se iludam, pois eu me iludi um dia, como boa pisciana que sou...  Dar de cara com a realidade, com o Lado R, foi punk! As cenas que eu imaginava pro filminho da minha vida cor de rosa era BEM diferentes das que iam se apresentando na realidade do dia a dia. Foram os meus ideais ( mais próximos de comercial de margarina) de matermidade caindo por terra. Durante a gestação eu me sentia (e foi assim nas 3 vezes)muuito bem, linda, com a pele e os cabelos viçosos! E o marido então?? É só atenção, cuidado, carinho... Nooossa, fora os enjôos, é um mar de felicidade para qualquer mega carente como eu ficar babando... Então você vem nesse pique durante 9 meses... Aí...o bb nasce! E as atenções são, num período curtíssimo de tempo, dissipadas e você fica assim ó  :-O, de boca aberta! Eu estou dizendo tudo isso porque eu não tive acesso a esse lado R de forma clara e objetiva...ou eu não quis enxergar os sinais... Mas o fato é que acontece uma mudança DRÁSTICA entre a gravidez e o nascimento , e entre o nascimento e os primeiros dias, e os primeiros dias e alguns meses... Mas a boa notícia é que passa!!!! Viva!! Nesse momento da vida o tempo conta em nosso favor, é verdade! Isso me tranquilizou muito no comecinho, quando os mamilos racharam, quando o bb chorou e eu ficava na tentativa e erro até acertar o que ele queria, e geralmente isso acontecia lá pelas tantas da madrugada....Massss, apesar das dificuldades desse período, preciso dizer o LADO B(de bom) que tem sido esta experiência para mim. É MARAVILHOOOSO! Hoje, se pudesse voltar atrás faria tudo igual, talvez mudasse um ponto: não me cobraria tanto tentando ser a "super mulher", a que dá conta de tudo sozinha! Em alguns momentos precisamos baixar a guarda, engolir o orgulho e pedir água...Para a mãe, pai, marido, sogra, irmã...  Esse exercício de reconhecer que não sou uma máquina, que preciso do outro, também me ajudou a não ser tão crítica e exigente com as pessoas.  Hoje posso dizer que tudo o que eu passei me fez chegar ao que sou hoje, e olhando a minha vida, fico satisfeita com o serviço de primeira que Deus tem feito por mim! Sabe quando você percebe que vale a pena padecer nesse paraíso? Padecer pelo outro? Quando disso você recebe a vida, a alegria. Um dia o meu primogênito escreveu um bilhete de amor pra mim, bem o primeiro, o filho que geralmente e fatalmente a gente " pega mais pesado", cobra mais. No bilhete de amor ele escreveu: " Mãe, você é a luz do meu escuro." Nessa hora o chão se abriu e eu quase morri de emoção.... Só quem já viveu o escuro sabe a agonia que é não enxergar nada, não ver um palmo a frente do nariz. Isso me tocou e me faz refletir em relação a dois pontos: o meu filho já sabe o significado do escuro, da " noite escura", do sofrimento. Ele não é um alienado. O outro ponto é que ele sabe com quem pode contar. Pô, eu quero mais é padecer nesse paraíso da maternidade pra viver momentos assim....

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